O etnocentrismo como fundamentação teórica para o conto "imitation"
Everardo Rocha, em seu livro ‘O que é etnocentrismo’, afirma que:
“Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos a partir dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência.” (ROCHA, E. 1988 p.7)
Fazendo a concatenação do conto “Imitation” de Chimamanda Adichie com o etnocentrismo, percebemos que, assim como a própria autora disse em um de seus vídeos publicados “O perigo de uma única história”, que muitas coisas ainda acontecem porque as pessoas precisam descobrir ou redescobrir seus próprios valores, quando ela fala que os próprios remanescentes de uma cultura estão comprando na propaganda (idéia) que a cultura do outro é superior, admitindo, a “inferioridade” da sua cultura em relação á outra. No conto “imitation”, percebe-se que Obiora, o marido Nkem, não vive na América porque ele só teria o reconhecimento como “homem grande” bem sucedido em sua carreira profissional mantendo seus negócios na Nigéria sua cultura de origem, porém, sua esposa e seus filhos moravam na América, dentre outros motivos, porque eles deveriam herdar uma cultura que, para um homem de negócios nigeriano seria de grande importância para o seu status social.
No texto de Everardo Rocha ele cita um exemplo que torna possível evidenciar a ligação do conto com o etnocentrismo. Um pastor faz uma troca de presentes com um jovem índio, um relógio que para ele tinha a utilidade de contar às horas, para o índio se tornou uma peça meramente decorativa. O pastor ganha um arco e flecha do índio e o transforma em um objeto de decoração para seu ambiente cotidiano, o objeto que para o índio garante seu sustento e sua defesa tornou-se um elemento decorativo partindo da perspectiva sócio-cultural do pastor, portanto, as coisas tendem a mudar a função quando se muda o ambiente no qual ela está inserida. Aplicando o exemplo