O estudo da linguagem
O estudo da linguagem está, num primeiro momento, vinculado ao estudo da gramática. No entanto a Lingüística difere da gramática tradicional. A primeira descreve, explica e reflete tudo o que faz parte da língua verbal. A matéria prima da Lingüística é a fala. Já a gramática regula, normatiza, categoriza o certo e errado e seu campo de atuação é a escrita. Na formação da Lingüística destacam-se dois períodos determinantes. O primeiro passa-se no século XVII onde os estudos se baseiam em teorias lógicas e racionais, separam o que é certo do errado e buscam a perfeição. O seu foco é a procura por uma língua universal que seja o veículo de comunicação para a espécie humana. O resultado destes princípios são asgramáticas gerais. Um importante contributo dado por estas gramáticas à Lingüística é o estabelecimento de uma visão globalizada da linguagem sem se prender às especificidades de uma determinada língua. Já no século XIX o que prende a atenção dos estudos é a transformação das línguas com o tempo. O foco deixa de ser a exatidão e passa a ser as mudanças. Pretende-se demonstrar que estas mudanças são alheias à vontade humana, que a própria língua precisa dessa evolução e que esse processo não se dá aleatoriamente. O alvo passa a ser a origem, a língua mãe. Comparam-se línguas, encontram-se semelhanças e estabelecem-se correspondências. Temos então as gramáticas comparadas. Estas gramáticas deixaram muito claro para a Lingüística que existem mudanças regulares e que esse fato não é um caos como até então se imaginava. Mas existe outro dado importante deixado pelo estudo das regularidades que são as leis fonéticas. Os estudiosos utilizavam uma escrita própria que se baseava em símbolos para anotar as formas de evolução, ou seja, usavam uma linguagem para falar da própria linguagem. A este processo dá-se o nome de metalinguagem. Todas as ciências têm que ter a sua metalinguagem e a Lingüística encontrou nesta escrita simbólica a base para a