O encontro
Centro de Letras e Artes – EBA
Fichamento do texto: “O mistério do Samba – cap.1: O Encontro”. – Autor: Hermano Vianna - Feito pelo Aluno: Dirceu da Silva Oliveira - Disciplina: Folclore no Brasil II - Profª: Cláudia Oliveira - Dia da disciplina: Segunda de 8:00 às 12:00.
Tanto a literatura acadêmica como o próprio imaginário popular tendem a conceber a história do samba como uma descida heróica e quase espontânea, no final da década de 20, do “morro” para a “avenida” – da favela ao espaço privilegiado das camadas médias e da burguesia. No livro O Mistério do Samba, mas especificamente no capitulo: “O Encontro”, Hermano Vianna narra uma história mais gradual, mediada e, às vezes, contraditória, na qual as elites culturais e políticas do Brasil, sobretudo do Rio de Janeiro, elevaram o samba ao estatuto de expressão cultural “original e autêntica”, mesmo quando as autoridades continuavam a controlar e reprimir os músicos. Segundo Vianna, “a transformação do samba em música nacional não foi um acontecimento repentino, indo da repressão à louvação em menos de uma década, mas o coroamento de uma tradição secular de contatos entre vários grupos sociais na tentativa de inventar a identidade e a cultura populares brasileiras”. Nesse excelente estudo, entendemos melhor o papel dos formuladores de opinião nessa transformação.
A consagração do samba como ritmo nacional acompanha, segundo Vianna, a transformação no modo de pensar a mestiçagem – entendida aqui como fenômeno racial e cultural – durante as primeiras décadas do século XX. Sílvio Romero, por exemplo, valorizava a mestiçagem como garantia de uma identidade cultural original, enquanto a maioria de seus contemporâneos a considerava um impedimento sério ao desenvolvimento nacional. Na década de 20, vários grupos de intelectuais, inclusive os modernistas de São Paulo, celebravam a mestiçagem e as expressões de cultura popular como emblemas de “autenticidade”. Mas foi