O dominio de si mesmo
O domínio de si mesmo
A sugestão, ou antes a auto-sugestão, é um assunto completamente novo e ao mesmo tempo tão antigo quanto o mundo. É um assunto novo porque, até hoje, foi mal estudado e, por conseguinte, não muito conhecido; é antigo, por datar da aparição do homem na terra. De fato, a auto-sugestão é um instrumento que nasce connosco, e este instrumento, ou melhor esta força, é dotada de um poder inaudito, incalculável, que, conforme as circunstâncias, produz os melhores ou os piores efeitos. O conhecimento desta força é útil a cada um de nós e, particularmente, é indispensável aos médicos, aos magistrados, aos advogados e aos educadores da mocidade. Logo que a sabemos pôr em prática, de uma maneira consciente, devemos evitar, em primeiro lugar, provocar nos outros as auto-sugestões malignas, cujas consequências podem ser desastrosas; depois provocamos,
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conscientemente, as auto-sugestões benignas, que levam a saúde moral aos que sofrem de nevrose, aos desencaminhados, vítimas inconscientes de auto-sugestões anteriores, e que conduzem ao bom caminho os espíritos com tendência a seguirem o mal.
O ser consciente e o inconsciente
Para bem compreender os fenómenos da sugestão, ou, mais acertadamente, da auto-sugestão, é preciso saber que há em nós dois indivíduos completamente distintos um do outro. Ambos são inteligentes, mas enquanto um é consciente, o outro é inconsciente. É a razão pela qual a sua existência, geralmente, passa despercebida. Entretanto, esta existência pode ser facilmente constatada, desde que se tenha o trabalho de examinar certos fenómenos que sobre eles se queira reflectir bem, por alguns instantes. Exemplifiquemos: Todos sabem o que é sonambulismo e que o sonâmbulo levantando-se à noite, sem estar acordado, sai do quarto depois de mudar ou não a roupa, desce as escadas, atravessa corredores e, após ter praticado certos actos ou terminado certo serviço, volta ao seu dormitório e