O Dever

O Dever

A reflexão sobre “O Dever” gera por ventura em quem a empreende, e aqui com referência à causa própria, uma mistura de dúvidas e incertezas sobre a própria conduta, considerando que a consciência do mesmo pode, repito, pode não estar balizada pelas reflexões que de seguida irei expor.
A primeira abordagem à reflexão sobre o “Dever” leva-me de imediato para a procura da sua origem etimológica, na tentativa de encontrar a ponta do fio que irá conduzir a minha reflexão.
A Etimologia da palavra “Dever” deriva do latim Debere, por junção do prefixo de-, “fora”, com o verbo Habere, “ter”. Por conseguinte a origem da palavra relaciona-se com algo que está ou se mantém afastado de nós. Contudo, “O Dever” que aqui se disserta assume a forma de uma ação que levaremos a cabo por uma dada imposição reflexiva, com base nas noções de moralidade adquiridas e não como consequência de uma qualquer outra ação. Com base nesta inferência e numa tentativa de clarificação das minhas reflexões, impõe-se a necessidade de separar “O
Dever” d’ “A Obrigação”, tendo em consideração que a interiorização do primeiro arrasta para o meu consciente quase de imediato, a segunda.
Assim, e para melhor desenvolver a minha reflexão debruço-me sobre esta dualidade.
A etimologia da palavra obrigação tem a sua origem no latim obligatio, obligare que se origina pela junção do prefixo ob-, “para”, com o verbo ligare, “atar, unir, ligar”.
Nesta abordagem etimológica deparo-me com uma evidência curiosa: O
Dever manifesta-se com base no Eu, sem implicação de terceiros, em contraposição com o ato de unir, atar, ligar, intrínseco à Obrigação, que implicitamente pressupõe duas ou mais partes.

Numa perspetiva mais simplista, a definição de Obrigação encaminhanos para um ato (de se obrigar) ou um fato (de estar obrigado), i. e., uma reação que teremos que empreender por força de uma ação que nos foi imposta por outrem ou algo, como forma de equilibrar a primeira.
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