O crowdsourced design e a concorrência da coletividade
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O crowdsourced design e a concorrência da coletividade por Guilherme Machado*Neste mês circulou bastante pelas redes sociais e blogs especializados um artigo da Forbes (que na verdade é do final do ano passado e pode ser conferido aqui) sobre as dez formações acadêmicas mais desvalorizadas no atual mercado de trabalho, baseado no nível de desemprego após a graduação e nos baixos níveis iniciais de remuneração. O destaque citado no início do parágrafo é aquele em relação à oitava posição: o Design Gráfico.
O artigo provocou discussões sobre a profissão, as causas desta situação e possíveis resoluções (como no post “Escolhi uma profissão de merda. E agora?”), do blog Propositto Design. Um item que não vi ser muito comentado, porém, foi o seguinte: como valorizar uma profissão cuja atividade está sendo cada vez mais repassada aos fenômenos sociais estimulados pela comunidade online? Destes, o que será aqui discutido é o crowdsourcing - modelo que transfere a responsabilidade de produção (seja de conteúdo, informação, soluções de problemas etc.) de um indivíduo para uma coletividade. E aí entra uma das questões-chave: estaria esta coletividade apta a realizar o trabalho de um especialista? Do lado dos designers mais conservadores estaria Andrew Keen, autor norteamericano que critica ferozmente o que ele chama de “culto do amador”, usando os fenômenos da Web 2.0 para fazer analogia à teoria do “macaco infinito” de
T.H. Huxley. Resumidamente, esta teoria diz que se fornecermos a um número infinito de macacos um número infinito de máquinas de escrever, alguns macacos em algum lugar vão acabar criando uma obra-prima, como uma peça de
Shakespeare ou um diálogo de Platão. Para Keen, em nosso mundo Web 2.0 as máquinas de escrever não são mais máquinas de escrever, e sim computadores pessoais conectados em rede, e os macacos não são exatamente macacos, mas usuários da internet.
No outro extremo temos James Surowiecki, que com o seu conceito da