O crack
A rede municipal de atenção aos consumidores abusivos da droga no Recife inclui seis centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPSad), onde aproximadamente 1,5 mil pessoas recebem tratamento contra álcool, fumo e outras substâncias psicoativas. ´Atualmente, não há como fazer uma estimativa verdadeira de quantos usuários de crack há no Recife. Só após as pesquisas poderemos ter algo mais exato`, esclareceu a gerente do Programa Mais Vida do Recife, Pollyanna Pimentel. Hoje, segundo ela, dos 1,5 mil dependentes em tratamento no CAPs e nas demais casas de assistência social, entre 12% e 15% são dependentes do crack. ´É o segundo maior número de pacientes, sé perdendo para o álcool (20%)`, detalha.
De cada dez dependentes do crack, sete são homens. A maioria dá o nome de “José” e tem, em média, 35 anos de idade. É o caso de um paulista que disse aos agentes de saúde morar na rua por causa de problemas com a família. Começou a usar crack por conviver com usuários e, para sustentar o vício, vende sucata.
A pesquisa mostra que 89% dos entrevistados são de São Paulo e 11%, de fora do Estado - desses, a maioria vem do Nordeste. A maioria começa a usar crack depois de ter problemas com a família, segundo o delegado titular da 1ª Delegacia Seccional, Aldo Galiano. Muitos deles, já tinham problemas com bebidas alcoólicas, completa ele.
Crianças
Os agentes identificaram ao menos seis crianças em meio aos usuários de drogas da Cracolândia. Das seis crianças, um delas tem oito anos, outra, dez, e as quatro restantes, 12. Foram encontrados ainda 15 adolescentes, entre 13 e 17 anos. Menores de idade representam 10% dos dependentes da Cracolândia que concordaram em responder a pesquisa.
Saúde pública. Na rede pública de saúde, o crescimento da procura por tratamento de crack também cresceu. No Centro Mineiro de Toxicomania, em 1997, 20,61% dos pacientes consumiam a droga. No ano passado, este percentual passou para 37,12%, índice