O CONFLITO ENTRE PERSONALIDADE E ORGANIZAÇÃO FORMAL
( texto extraído do livro “Personalidade e Organização” de Chris Argyris)
Que problemas tendem a surgir quando o indivíduo interage e transaciona com aspectos da organização? Como se deve começar a analisar a conduta humana em organizações?
Uma das maneiras é admitir-se que todas as organizações que esta análise pretende examinar se originam da tentativa de fundir dois componentes básicos, o indivíduo e a organização formal. O plano formal é a “grande estratégia” que se supõe seja seguida pelos participantes individuais, o mais corretamente possível. Os participantes entretanto são seres humanos; são eles próprios organismos vivos, com suas estratégias demonstradas por suas capacidades, necessidades e objetivos. A natureza humana, por conseguinte, é um importante componente da conduta humana nas organizações e o que se torna necessário enfocar é a personalidade, levando-se em conta a realidade da organização.
Como quer que se entenda a personalidade, deve-se não somente entender as suas partes mas também como se relacionam entre si – é algo diferente da totalidade das partes; é uma organização dessas partes. Essas partes, nos termos da psicologia social, podem ser consideradas como cada um dos papéis que desempenhamos em função do contexto em que nos encontramos momentaneamente: trabalho, família, grupo de amigos, etc.
As partes da personalidade mantêm-se unidas, porque cada uma delas se utiliza de uma ou mais das outras partes para que possa existir. O equilíbrio interno existe quando as partes da personalidade individual estão em equilíbrio com cada uma das outras partes (ajustamento). O equilíbrio externo existe quando a personalidade com um todo, está em equilíbrio com o meio ambiente (adaptação). O equilíbrio absoluto ocorre quando o equilíbrio interno “se harmoniza” com o externo (integração). Dentro desta noção de equilíbrio, desde que as