O amor
Um Estudo das Funções Estruturantes pela Psicologia Simbólica
Carlos Amadeu Botelho Byington2
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“Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas” **
E.E. Cummings
“Hay que endurecerse sin perder la ternura jamás”
Ernesto Che Guevara
Sinopse
A partir de uma Teoria Arquetípica da História, o autor atribui a incapacidade do
Processo de Humanização de exercer plenamente o amor conjugal na sociedade de dominância patriarcal, em boa parte, à repressão da ternura na personalidade do homem e da dignidade na personalidade da mulher. Descreve a plenitude do símbolo do bebê e argumenta que o afastamento da sua convivência com o homem na família patriarcal mantém a repressão da ternura, da sensibilidade e da afetividade provenientes da formação machista de sua personalidade. Acrescenta que o correspondente na mulher patriarcal é a dificuldade de manter a sua dignidade devido à submissão que acompanha a repressão da sua auto-suficiência criativa e da sua sexualidade.
O autor prossegue e assinala que o desenvolvimento da sensibilidade e da ternura do homem na cultura patriarcal se fizeram defensivamente na Sombra através da homossexualidade masculina e que o desenvolvimento da auto-suficiência criativa e da sexualidade na mulher ocorreram sombriamente através da prostituição.
Para terminar, o autor argumenta que o amor conjugal hetero e homossexual se desenvolvem junto com o amor social e o amor ecológico somente sob a dominância do
Arquétipo da Alteridade e do Arquétipo da Totalidade e, por isso, interpreta o “mito do amor impossível” como a busca emergente do amor conjugal vetada pela dominância patriarcal ainda vigente.
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Artigo publicado na Junguiana, revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, no18, São Paulo, 2001.
Médico Psiquiatra e Analista Junguiano. Membro fundador da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. Membro da Associação Internacional de Psicologia Analítica.