B PraticasDeLeitura
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Práticas de leitura, escrita e oralidade em gêneros textuais – a argumentaçãoProfa. Dra. Terezinha Barroso (UFJF)
A língua, na sua atualização, representa e reflete a experiência em ação, as emoções, desejos, necessidades, a visão de mundo, valores, ponto de vista. A linguagem verbal é encontro e luta, é corpo a corpo que não admite passividade (PCN Ensino Médio/MEC-2000, p.21).
INTRODUZINDO A TEMÁTICA
Desde a segunda metade da década de 90 (1996/1998), as discussões sobre o ensino de Língua
Portuguesa têm se pautado, primordialmente, pelas orientações postas pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais, e, mais especificamente, no caso do Ensino Médio, pelas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio
(2000). A publicação desses documentos trouxe para o cenário educacional um olhar diferenciado e institucionalmente legitimado sobre uma prática de ensino de língua, inspirando, mais fortemente, as pesquisas em Linguística Aplicada, e servindo de base teórica para um amplo movimento de revisão de propostas curriculares de Secretarias de Educação (Minas Gerais, São Paulo, Paraná e outras). Um dos grandes valores desses documentos foi o de formalizar e dar legitimidade a uma visão de ensino que, no fim da década de 80, já vinha sendo disseminada, principalmente, por Geraldi (1990,1993) e outros.
O que essas discussões trouxeram de novo? Uma concepção de linguagem, de base sóciointeracionista, inspirada, principalmente, em Bakhtin ([1954]2000) e Vygostky ([1936]1996), que, a partir da década de 90, recebeu contribuições muito relevantes advindas do grupo de Genebra (Dolz, Schneuwly,
Bronckart, Pasquier e outros), e de pesquisadores brasileiros (Marcuschi, Machado, Rojo e outros).
É no curso atualizado dessas discussões, e embasados numa teoria enunciativa e discursiva de linguagem, que nos colocamos no presente artigo, que busca oferecer subsídios teóricos para o ensino do discurso argumentativo, em aulas de Língua Portuguesa, atualizados nos gêneros textuais: texto de opinião