A vida na Ditadura Militar
Entre 1964 e 1985, o Brasil se modernizou, mas a desigualdade social aumentou, assim como a repressão política, a dívida externa e a inflação, que voltou a ser galopante nos anos 80. A economia do país também cresceu. Grandes obras viárias e de energia interligaram regiões antes isoladas, principalmente no Norte e no Centro-Oeste. Nas grandes cidades, a televisão virou a principal fonte de entretenimento das famílias e a classe média ganhou acesso inédito a casas, bens de consumo e educação - o número de matrículas em faculdades aumentou 13 vezes entre 1964 e 1981 e, entre 1970 e 1972, a população com automóvel passou de 9% para 12%. Mas essa fase de euforia teve um preço alto: setores militares e da polícia se especializaram em torturar, matar e esconder cadáveres. A censura barrava o acesso à informação e forçava artistas a viver no exílio. E demorou para o povo retomar o hábito de ir às ruas para se manifestar e cobrar por seus direitos.
Altos e baixos
Economia nacional foi bem, mas a desigualdade social aumentou
UM PAÍS PARA POUCOS
Entre 1967 e 1974, a economia cresceu, em média, 9,3% ao ano. A produção industrial disparou, as empresas multinacionais cresceram e o índice de desemprego despencou. O brasileiro se acostumou a comprar carro e a abastecer com álcool. Mas se, em 1964, os 20% cidadãos mais ricos detinham 55% das riquezas, em 1985 eles estavam com 70%
INTEGRAÇÃO NACIONAL
Preocupado com a autonomia energética, o governo militar construiu usinas hidrelétricas de grande porte, como Itaipu, Tucuruí e Ilha Solteira. E, para integrar regiões distantes do país, multiplicou as estradas asfaltadas. Duplicou a via Dutra e construiu a ponte Rio-Niterói ¿ mas também desperdiçou dinheiro com a Transamazônica
REPRESSÃO POP
"Naquela época, se houvesse eleições, o Médici ganhava." E quem disse isso, nos anos 90, foi o ex-presidente Lula, adversário do regime. Em tempo de pleno emprego, o governo era muito popular. Mas foi na mesma