A teoria da hipodérmica
A posição defendida por este modelo pode sintetizar-se na afirmação segundo a qual cada elemento do público é pessoal e diretamente 'atingido' pela mensagem (Wright, 1975,97). Historicamente, a teoria hipodérmica coincide com o período das duas guerras mundiais e com difusão em larga das comunicações de massa e representou à primeira reação que este último fenômeno provocou entre estudiosos de proveniência diversa.
Os principais elementos que caracterizam o contexto da teoria hipodérmica são, por um lado, a novidade do próprio fenômeno das comunicações de massa e, por outro, a ligação desse fenômeno às trágicas experiências totalitárias daquele período histórico. Encerrada entre estes dois elementos, a teoria hipodérmica é uma abordagem global aos mass media, indiferente à diversidade existente entre os vários meios e que responde, sobretudo à interrogação: que efeito têm os mass media numa sociedade de massa?
A principal componente da teoria hipodérmica é, de fato, a presença explícita de uma «teoria» da sociedade de massa, enquanto, no aspecto «comunicativo», opera complementarmente uma teoria psicológica da ação. Além disso, pode descrever-se o modelo hipodérmico como sendo uma teoria da propaganda e sobre a propaganda; com efeito, no que diz respeito ao universo dos meios de comunicação, esse é o tema central.
Especialmente nos anos 20 e 30 apareceram estantes inteiras de livros que chamavam a atenção para os fatores retóricos e psicológicos utilizados pelos propagandistas. Alguns títulos: Public Opinion de Lippmann, The Rape of the Masses de Chakhotin, Psychology of Propaganda de Doobs, Psychology of Social Movements de Cantril, Propaganda Technique in the World War de Lasswell, Propaganda in the Next War de Rogerson (Smith, 1946, 32). O âmbito do trabalho científico mais estreitamente ligado à propaganda é precisamente o estudo da comunicação de massa (Smith – Lasswell - Casey, 1946,
3); compreender- se-á melhor essa identidade,