A tatuagem amadureceu
"Eu me acho bonito, saudável", diz Luiz Fernando Bravin, 60, administrador de empresas que tem quatro elaboradas tatuagens (nas costas, no peito e nos dois braços) e já calculou em detalhes o que irá registrar nos próximos três desenhos. "Tenho um tucunaré [peixe brasileiro], preso na bandeira do Brasil, pendurado em um anzol", descreve a marca de 40 cm, nas costas, que foi a estreia no universo da tatuagem há quatro anos.
Um ano depois, com o nascimento da neta, decidiu registrar o pezinho da bebê "em cima do coração", ao lado dos nomes dos outros netos. Na sequência, veio a inspiração para uma faixa no braço esquerdo, com símbolos, animais e os nomes dos filhos. Para completar, o braço direito recebeu um dragão que irá expelir fogo (o detalhe incandescente é um dos desenhos programados). Segundo o tatuador Kallel Henrique, do estúdio Kallel Tattoo, em Campo Grande (MS), este novo público é formado por pessoas que antes tinham preconceito e hoje, com a evolução da tatuagem, quebraram este tabu: “Hoje a tatuagem oferece mais qualidade e personalização em cada desenho, atraindo a atenção de todos, inclusive dos mais velhos. Claro que não podemos ignorar o fato de que há uma parcela de clientes que procuram os estúdios para a cobertura ou reforma de tatuagens feitas na juventude ou para extravasar aquela vontade reprimida de anos”, afirma.
Libertação
Para Mirian Goldenberg, antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a tatuagem como algo não desviante é um conceito recente e que encontra nas pessoas mais velhas uma