A RUA DO OUVIDOR COMO PALCO DE TRANSFORMAÇÕES URBANAS: UMA ANÁLISE DE SUA ORIGEM ATÉ OS DIAS ATUAIS
4421 palavras
18 páginas
INTRODUÇÃO A literatura desde os primórdios foi um instrumento de grande importância para disseminação do conhecimento, mesmo que usando de métodos fictícios para isso. Nos relatos históricos sua importância aparece mais explícita do que se relacionarmos com outra área qualquer do conhecimento científico. Isto porque após os movimentos iluministas têm-se no mundo fortes correntes de pensadores que pregavam a desvinculação de ideias do senso comum às demais ciências. Sobretudo, em nossa sociedade atual, este ponto tornou-se fundamental para a maioria das pessoas. Assim, quanto mais distante de imaginário, do não científico, do fictício, mais verdadeiro este será. Nesse sentido, há um esvaziamento da literatura como parte integrante de outras ciências senão a linguística. Entretanto, apesar deste empobrecimento do uso da literatura mesclado com os saberes científicos, não se pode negar os prós que ela traz se for instrumentalizada como um artifício colaborador de determinadas áreas do conhecimento. A literatura é revestida de valor documental, tem uma transcrição das experiências de lugares e reflete as condições materiais de sua produção. Ela permite um afastamento do “eu” que é fundamental para a ciência, mesmo quando o autor interage com a obra, ele é capaz de contá-la sem que aquilo tenha acontecido consigo. Antes da atual revolução tecnológica, as crônicas tiveram um papel de interligar as pessoas, informando-as sobre os acontecimentos. Deste modo, toda obra literária tem uma espacialidade, uma ambientação, ou seja, atua como complemento da Geografia. Elas se relacionam por meio dialógico, onde ao mesmo tempo em que se respeita a especificidade da obra há uma contextualização com a noção de espaço. Partindo deste princípio, pode-se dizer que as correntes da Geografia influenciaram de algum modo nas leituras de diferentes textos, o que Lívia de Oliveira e Augusto Monteiro chamam de geografia humanista. Todavia, é necessário