A Revolução dos Bichos
A revolução dos bichos retrata de maneira estrutural o funcionamento da sociedade comandada pela oligarquia tirânica dos porcos, mas, sobretudo, o filme personifica a ambição pelo poder. Com o propósito de interpretar o filme na perspectiva do pensamento político social, podemos nitidamente observar as ideias de alguns filósofos como: Marx, Hobbes, Maquiavel, Rousseau e outros.
O filme remonta a ideia do socialismo revelando os personagens como detentores dos meios de produção, assim como Karl Marx defendia a revolução do proletariado (animais) contra a burguesia (humanos). O trabalho dos animais era a atividade fundante da fazenda e vinculavam-se as atividades comerciais e políticas do fazendeiro senhor Jones, evidenciando a alienação do trabalho como alienação fundante das demais, que é a base da filosofia de Marx.
Ao passo que o personagem Napoleão parece ter incorporado a obra de Maquiavel, “o Príncipe” como um manual para o comando da fazenda, articulando a todo o momento para manter-se no poder, alterando os princípios firmados nos mandamentos e corrompendo os atributos do sistema do animalismo (“quatro pernas bom, três pernas ruim”), além de persuadir os outros animais nas mudanças que seriam necessárias. Outro ponto que retrata Maquiavel é o uso da força para garantir o combate (poder), visto que os porcos Napoleão e Squealer utilizavam os cães para consagrar a astúcia e inteligência da imposição das leis e suas mudanças com o propósito de prosperar a fazenda.
Por outro lado, a convenção entre os membros da fazenda, a possibilidade de um pacto entre os animais inferi o pensamento de Hobbes e Rousseau na formação necessária da sociedade, e mesmo como disse Rousseau, “o homem é bom por natureza e a sociedade o corrompe”, percebe-se que os porcos Napoleão e Squealer corromperam-se ao experimentarem as luxúrias humanas e se apossarem do poder, excluindo o foco da liberdade entre todos os animais.
Na visão