arquitetura
Impressões e provocações de uma arquitetura efêmera
Eduardo Pierrotti Rossetti
Era uma vez um pavilhão...
Londres, numa manhã pouco ensolarada de julho, centenas de pessoas caminham, pedalam e circulam pelo Hyde Park, enquanto dezenas de jornalistas do mundo todo se instalam sob lonas brancas nos jardins do Kensington Palace, onde o recém-nascido
“Royal baby” havia passado sua primeira noite, aguardando a possível visita oficial da
Rainha Elizabeth II ao novo membro da família. Dentro dos domínios do parque real, relativamente próximo do palácio, que já foi habitado pela Rainha Victoria e pela
Princesa Diana, está a Serpentine Gallery, cuja edição do pavilhão de verão deste ano foi elaborada pelo arquiteto japonês Sou Fujimoto.
Previsto para ficar “em pé” até 20 de outubro, a edição de 2013 do Pavilhão Serpentine deve repetir o êxito que vem consagrando a empreitada da Galeria em explorar arquitetura contemporânea como um campo de sua atuação, atraindo visitantes que somam mais de 200.000 a cada temporada. A diretora da Serpentine Gallery, Julia
Peyton-Jones e Hans Ulrich Obrist, co-diretor, estabeleceram a estratégia de convidar para cada edição arquitetos e/ou escritórios de arquitetura que não tivessem obras construídas no Reino Unido, fazendo deste diferencial um fator atrativo adicional ao pavilhão. Não há concurso para escolha dos autores do pavilhão, há o convite da
Galeria, indicando os interesses estéticos que seus diretores legitimam com seu faro apurado sobre a produção atual. A possibilidade de haver um novo pavilhão a cada ano
—que se mantém construído por cerca de três meses— gera interesse e curiosidade sazonal: quem será que vai projetar o próximo?
Essa surpresa vem sendo renovada ao longo de suas edições desde o ano 2000, quando
Zaha Hadid inaugurou a série de pavilhões que se materializam num espaço gramado junto ao edifício-sede da Galeria. Uma vez anunciado quem será o responsável pelo