A revolta da Vacina
SEVCENKO, Nicolau. A revolta da vacina - mentes insanas em corpos rebeldes. São Paulo: Brasiliense, 1984.
Apresentação
Na Grécia antiga, hístór era como se designava um homem culto, instruído. Chamava-se historiá o ato de aprender através do relato de um hístór. Hoje, história é o ramo do conhecimento que registra e analisa o curso dos eventos, fatos políticos, sociais, econômicos e culturais que definem os rumos assumidos pelas diferentes sociedades humanas.
“
Poema cíclico escrito pelo Tempo nas memórias do Homem” segundo
,
a escritora Mary Shelley, a história é uma trama composta de uma infinidade de elementos que podem suscitar interpretações as mais diversas. Talvez por isso
Napoleão, um dos seus mais ilustres protagonistas, a tenha definido como
“
uma série de fabulações combinadas”
.
A história é um debate em aberto: ela seria a “ filosofia aprendida dos exemplos” como pensava o hístór Dionísio de Halicarnasso, há quase 3.000
,
anos; ou a ciência em que “ dar as respostas certas parece menos importante que propor questões interessantes” como disse o historiador Edward Gibbon,
,
há dois séculos; ou então um exercício de interpretação “ que só se torna efetivo na medida em que introduz a descontinuidade no interior mesmo do nosso ser” conforme o filósofo Michel Foucault, recentemente.
,
A coleção História em Aberto, ao abordar situações remotas ou não da história geral ou do Brasil, propõe questões interessantes a partir de momentos descontínuos para melhor compreender o presente, para melhor imaginar o futuro. 2
Sumário
Introdução
1. O motim popular: ímpeto
2. Conjunturas sombrias: angústia
3. O processo de segregação: agonia
4. A repressão administrativa: terror
Conclusão
Bibliografia
3
Introdução
“
Dizem que o amor faz grandes obras. O ódio também poderá fazê-los; mas, para isso, como no caso do amor, é preciso conter-se.”
Lima Barreto, Diário íntimo.
Nunca se contaram os mortos da