A República Velha
Para manter o controle do governo federal, os fazendeiros paulistas contavam com o apoio dos grandes latifundiários, os "coronéis". Desde o coronel do interior até o presidente da República, passando pelas prefeituras municipais e pelos governos estaduais, formava-se uma rede de compromissos .
O coronel mais poderoso do município controlava a prefeitura, ou ele mesmo se tornava prefeito; o coronel mais poderoso do Estado, que tivesse mais apoio dos outros coronéis, controlava o governo estadual ou ele próprio se tornava governador do Estado; e o fazendeiro que contasse com o maior apoio entre os coronéis, entre os governos estaduais, tornava-se presidente da República. Em troca do apoio recebido, o presidente da República fornecia dinheiro aos governadores dos Estados, e estes aos coronéis que controlavam as prefeituras. Era, portanto, de alto a baixo, um governo dos fazendeiros para os fazendeiros.
E as eleições? Eram uma farsa. Em primeiro lugar, só podiam votar cerca de 3 em cada 100 brasileiros: as pessoas do sexo masculino que tivessem mais de 21 anos de idade e fossem alfabetizadas. Em segundo lugar, a maioria dos eleitores já recebia do cabo eleitoral a cédula fechada e preenchida com o nome dos candidatos apoiados pelo coronel e eram acompanhados até a urna, onde deviam colocar a cédula. Era o, “voto de cabresto”. O candidato dos coronéis sempre “vencia” com grande maioria de votos.
Contra toda essa situação, que deixava o povo abandonado e na miséria, sem alimentação, sem moradia, sem escolas, sem hospitais e explorado no trabalho, surgiram muitas revoltas populares, entre as