A religi o das Testemunhas de Jeov tem uma vis o da B blia
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A atividade médica sempre foi exercida como uma forma de cuidar do sofrimento humano, especialmente do sofrimento físico. Ao se construir um vínculo de ajuda e tratamento, surge a necessidade de compartilhar os saberes, não só científicos e técnicos, mas também saberes de crenças. É nesse contexto que surge a polêmica do cuidado com pacientes Testemunhas de Jeová. A ordem religiosa Testemunhas de Jeová (TJ) é conhecida mundialmente por suas pregações de casa em casa, também conhecida por uma de suas crenças: aquela que diz que o uso de sangue na alimentação ou em transfusões sanguíneas são proibidas pela lei divina. De acordo com o livro sagrado dos TJ, a bíblia, se torna proibido a transfusão sanguínea a pacientes seguidores da ordem religiosa. No entanto, é de dever do médico realizar o procedimento de transfusão de sangue em casos que o paciente apresentar risco iminente de vida, não importando o consentimento do paciente ou de sua família. A restrição à realização de transfusões de sangue pode gerar no médico uma dificuldade em manter o vínculo adequado com o seu paciente. Ambos tem diferentes perspectivas sobre qual a melhor decisão a ser tomada, caracterizando um conflito entre a autonomia do médico e a do paciente.
Hipócrates foi o primeiro a sistematizar o conhecimento científico da área da saúde, desvinculando a medicina do momento cosmológico e mítico. Contudo, mesmo depois de25 séculos a religião e medicina andam lado a lado, gerando conflitos e dilemas. Essa questão é claramente observada na relação médico- paciente Testemunha de Jeová (TJ), na qual deseja que sua crença religiosa seja atendida, muitas vezes contrariando com os procedimentos clínicos-científicos do cuidador. No Brasil, a Constituição de 1988 instituiu um Estado Democrático destinado a assegurar o exercício de valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social. Em uma sociedade plural como a nossa, é natural