A RELAÇÃO DE MODERNIDADE E PRÉ-MODERNIDADE NO PROCESSO DA CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA, EM ESPECIAL NOS CAMPOS CULTURAL, SÓCIO-ECONÔMICO E ESPACIAL.

QUESTÃO:
RELACIONE MODERNIDADE E PRÉ-MODERNIDADE NO PROCESSO DA CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA, EM ESPECIAL NOS CAMPOS CULTURAL, SÓCIO-ECONÔMICO E ESPACIAL.

1492, ano em que Colombo atravessa o oceano Atlântico, um homem com uma mentalidade arcaica e com traços medievais, que, paradoxalmente, inaugura a época moderna, apesar de ser arbitrário usar de qualquer data para separar duas épocas tão distintas. “O mundo é pequeno” declara este, descobrindo a totalidade na qual faz parte. “Não só os contatos com Deus interessam muito mais a Colombo do que os assuntos puramente humanos, como também sua forma de religiosidade é particularmente arcaica (para a sua época).” (Todorov, pg. 14)
Colombo, a princípio, tem como intenção libertar Jerusalém e expandir, propagar, o Evangelho. Mas, seus projetos precisam ser financiados pelos príncipes, que são atraídos pelo ouro, pelas riquezas. Daí vem sua preocupação com a busca por ouro e riquezas. A ambição não é a força motriz de Colombo, mas a riqueza significa para ele o reconhecimento de seu papel de descobridor. Segundo Woortmann, o Renascimento foi marcado por duas “revoluções”: a revolução astronômica de Copérnico e a outra é a revolução geográfica relacionada à Colombo. Suas descobertas revolucionaram o imaginário geográfico, tanto quanto a mecânica pós-copernicana. E, em conjunto, segundo Woortmann, revolucionaram o discurso teológico. Suas descobertas, diz o autor sobre Colombo, revelaram que os mapas estavam errados, e fez com que o mundo passasse por uma ruptura frente à concepção de autoridade, “a experiência da autoridade começa a ser substituída pela autoridade da experiência” (Woortmann, pg. 33). No entanto, diz Todorov, Colombo nada tem de um empirista moderno, seu argumento decisivo é o de autoridade, não o de experiência. E, paradoxalmente, é justamente, sua visão arcaica e com traços medievalistas que vão permitir que ele descubra a América e inaugure a era moderna. E, como ele já não