A reconstrução do espaço na adaptação para o cinema
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RECONSTRUÇÃO DO ESPAÇO
NA ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA
Marco Antonio BONETTI1
RESUMO
O artigo parte da análise das características da linguagem verbal e comparação com a linguagem visual para discutir o problema da construção do espaço da representação em três dimensões distintas, a partir da semiótica. O espaço do signo em si, o espaço do referente do signo, e o espaço do interpretante do signo.
Palavras-chave: Semiótica; espaço; cinema; literatura.
ABSTRACT
This article starts with the analysis of verbal language features and compares them with visual language in order to discuss the difficulty of constructing a representational area in three dimensions based on semiotics. The area of the sign itself, the area of the object referred to by a sign (the signifier) and the area of those interpreting the sign.
Keywords: Semiotics; space; cinema; literature.
Um processo de comunicação envolve um emissor que produz uma mensagem se utilizando de um código. Essa mensagem ganha existência em um signo, que é transportado por um canal até um receptor (SHANON: 1949). Dada essa definição de modelo de comunicação, percebemos, desde sua origem conceitual, um parentesco entre literatura e cinema pelo fato dessas duas atividades constituírem processos comunicacionais. Um dos elementos desse modelo em que literatura e cinema possuem particularidades distintas é o do código, visto que a primeira está ligada ao código verbal enquanto o segundo ao audiovisual, resultando em signos distintos, que trazem particularidades distintas tanto em relação à sua capacidade de comunicação quanto de suas limitações. Porque os tipos de signo produzidos são diferentes, a transição entre códigos, necessária às adaptações cinematográficas de obras literárias, compõe um campo problemático para o qual uma análise mais detalhada dos códigos pode contribuir.
O aspecto que iremos analisar no presente