A questão agrária da brasil
Introdução
A questão agrária do Brasil teve início com a criação das capitanias hereditárias, em 1530. Nessa época, empregava-se o sistema de sesmaria, medida agrária utilizada para delimitar terrenos no Brasil Colônia, onde a Coroa portuguesa distribuía grandes pedaços de terra a quem quisesse plantar e fornecer uma parte da produção. Assim, foi criado o latifúndio.
A questão agrária está ligada às transformações nas relações de produção, como por exemplo, produzir, de que forma produzir. Tal equação econômica aponta para indicadores como a maneira que se organiza o trabalho e a produção, o nível de renda e emprego dos trabalhadores rurais, a produtividade das pessoas ocupadas no campo, etc.
Um dos grandes problemas agrários no Brasil é a sua estrutura fundiária, onde a mesma é organizada por número, tamanho e distribuição social; de um lado um pequeno número de latifundiários, que monopolizam a maior parte das propriedades rurais, no outro extremo, milhões de minifúndios, insuficiente para permitir-lhes uma vida decente e com uma boa alimentação, quando grandes proprietários possuem enormes áreas ociosas, apenas a espera de valorização.
• Questão agrária no Período Republicano
O problema da concentração fundiária permaneceu, portanto, e esteve na raiz dos principais confrontos sociais do período republicano: as guerras de Canudos e do Contestado.
Em Canudos, devemos salientar os problemas do coronelismo e da alta concentração de terras no interior nordestino, agravados pelos longos períodos de seca. No que e refere a Contestado, o problema se concentra na disputa surgida entre, de um lado, posseiros caboclos e pequenos fazendeiros, e, de outro, a empresa responsável pela construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul.
A partir de 1964 surge o Estatuto da Terra, segundo o qual o acesso à terra para quem nela vive e trabalha é um direito do trabalhador rural e promovê-lo é obrigação do Estado.