A psicopolítica de Louis CK
1903 palavras
8 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA DE COMUNICAÇÃO
TRABALHO FINAL DE PSICOPOLÍTICA
João Carlos Alcantara da Mata, DRE: 112127108, 4º período
RIO DE JANEIRO
DEZEMBRO/2013
“Eu tenho a fantasia de ser um comediante que faz piadas sobre política, mas não sabe direito sobre o que deve tirar sarro”, disse em 2009 Louis CK (acrônimo de Szekely), em um clube de stand up comedy nos Estados Unidos. E terminou com um exemplo, imitante esse comediante imaginário: “Ei George Bush, seu gordo, coma mais uma rosquinha, seu gordo de merda”. Essa piada absurdista, característica presente no começo da carreira do humorista, seria retirada de seu repertório posteriormente.
CK se preparava para seu quarto especial de comédia, Hilarious (CK, 2010), e passava por um momento de transição na carreira. Após ter seu show de TV, Lucky Louie (HBO, 2009), cancelado logo após a primeira temporada, decidiu se concentrar no stand up comedy. Apesar de nunca ter sido um comediante famoso, ao longo de sua carreira adquiriu o que podemos chamar de cult following. Era dono de um público fiel, mesmo que pequeno.
Além disso, podemos dizer que seu público era recente. A grande verdade é que, por muito tempo, CK era o que no universo do humor americano chamam de comic’s comic – ou, comediante de comediantes. Ganhou respeito entre os comediantes de sua geração, tanto por seu material de stand up quanto por seu trabalho como roteirista de programas de TV – escreveu para Conan O’Brien e Chris Rock. Em 2010, foi convidado a discursar em um tributo ao comediante George Carlin, considerado por muitos o maior nome do gênero da história. Seguem algumas de suas palavras:
Eu vinha fazendo a mesma hora de stand up comedy por 15 anos e odiava. Ninguém dava a mínima para quem eu era, nem eu. [...] Um dia, deprimido, sentado no meu carro depois de um show, comecei a ouvir um CD feito por George, em que falava seriamente sobre comédia, e sobre como ele construía seu