A princesinha da praia
*Bruno Henrique Santana Rezende
Grandes charcos, salineiras e sítios espalhados à beira mar. Essa poderia ser uma superficial, mas importante, definição visual de Aracaju no início do Século XIX. O sonho capitaneado por Ignácio Joaquim Barbosa deu certo, consegui transformar um pequeno povoado, basicamente formado por pescadores, em uma capital provincial.
São Cristóvão deixa de ser a capital da província de Sergipe Del Rey para dar lugar às terras do Aracaju. A justificativa apresentada pelo então governo provincial era de caráter técnico, motivado, conforme afirma Luís Antônio Barreto em publicação no Jornal Correio de Sergipe (28/11/2004), “pelo crescimento econômico e pela melhoria social”. O desenho da capital, feito pelo engenheiro Basílio Pirro, imitando um tabuleiro de xadrez, foi algo inovador à época. Aracaju se constituía na segunda capital brasileira a ser planejada, a primeira foi Teresina, em 1852.
Uma importante informação a se destacar é que Aracaju já existia. Não nos moldes de uma cidade, mas como povoação. Já existiam, por essas terras, um pequeno povoado, denominado povoado, que se concentrava basicamente onde hoje fica o Bairro Industrial e nas imediações da colina do Santo Antônio. Mas, como bem afirmou Terezinha Oliva (2002, p. 30), “A capital concebida e projetada [...] não seria estabelecida no Povoado de Santo Antônio, mas na praia”.
No antigo povoado de Santo Antônio, já existia uma capela em devoção ao santo que dá nome ao povoado e, como bem frisou a historiadora Maria Nely Santos em seu livro Aracaju: um olhar sobre sua evolução (2008, p. 17) “se havia capela, haviam devotos [...]. Senhores de engenho, sitiantes e fazendeiros, salineiros e pescadores animaram de vida a pequena comunidade”.
*Graduando em História pela Universidade federal de Sergipe, cursando Arquivologia, ministrada pela Professora Maria Nely Santos. E-mail: bhsrezende@hotmail.com
Tal feito trouxe, normalmente, críticas e elogios. A