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A Navegação e as Especiarias nos Mares Asiáticos (1500-1600)Charles R. Boxer
O texto é iniciado com uma extensiva descrição das características políticas, econômicas, sociais e culturais dos muitos povos que acabaram por fazer parte do vastíssimo império português de ultramar. Neste contexto, vale ressaltar algumas dessas culturas com que entraram os portugueses, de modo que se evidencie a pluralidade com que tiveram de lidar, seja pela coação, seja por acordos comerciais. Primeiramente, na costa oriental africana, encontrava-se a cultura predominantemente árabe dos suaílis, cuja orientação política variava de fervorosos adeptos ao islã aos que praticavam a religião apenas superficialmente; a importância deste povo aos portugueses era a de fornecer o ouro, o marfim e os escravos advindos das regiões mais interioranas da África. Na seqüência, encontrava-se o ainda poderoso império mameluco, compreendendo, dentre outras parcelas, o Egito e a Síria; grande parte da prosperidade deste povo devia-se aos pedágios que realizavam aos mercadores que levavam especiarias à Europa. Na Arábia destacava-se, frente às muitos tribos nômades, a figura do xá de Ormuz, certamente a mais importante cidade por ser um dos entrepostos mais ricos do mundo (todo o comércio entre Índia e Pérsia era escoado por ali). A Índia, por sua vez, estava subdividida entre hindus e muçulmanos, e apesar de algumas situações conflituosas, havia relativa paz entre as duas perspectivas religiosas, o que se dava sobremaneira pela supremacia dos interesses comerciais. Na região da Indonésia, subdividida entre muitos reinos e sultanatos conflituosos, a cidade de maior importância era Malaca, centro comercial de maior destaque no trânsito de especiarias. A China e o Japão encontravam-se em relativo isolamento, embora, como será observado, acabassem por desempenhar um papel importante no império ultramar português. Merece destaque na descrição acima a importância de Ormuz e Malaca, constituintes