A moreninha
Joaquim Manuel de Macedo
Os estudantes de Medicina Augusto, Leopoldo e Fabrício estavam conversando, quando Filipe chegou e os convidou para passar um fim de semana na casa de sua avó, na ilha de Paquetá. Todos ficaram empolgados, menos Augusto. Filipe comentou a respeito de suas primas e de sua irmã, que provavelmente estariam na ilha. Foi quando surgiu uma discussão que deu origem a uma aposta. Filipe desafiou Augusto, dizendo que, se ele não se apaixonasse por uma das moças ali presentes no prazo de um mês, seria obrigado a escrever um romance sobre sua história.
Passaram-se quatro dias. Augusto recebeu uma carta, que lhe foi entregue por seu empregado Rafael, a mando de Fabrício. A carta dizia que o namoro de Fabrício com D. Joaninha não estava indo muito bem, pois ela era muito exigente. Ela fazia-lhe pedidos absurdos como escrever quatro cartas por semana, passar quatro vazes ao dia em frente à sua casa e nos bailes ele teria que usar um lenço amarrado em seu pescoço, da mesma cor da fita rosa presa a seus cabelos. Terminando a leitura, Augusto começou a rir porque era ele quem sempre aconselhava Fabrício em seus namoros.
Na manhã de sábado, Augusto chegou à ilha e encontrou seus amigos, que estavam a sua espera. Entrando na casa, se dirigiu à sala e se apresentou, em seguida foi procurar um lugar para sentar-se perto das moças. Foi então que ele se deparou com D. Violante, que lhe ofereceu um assento. Ela falou por várias horas sobre suas doenças, e perguntou o que ele achava. Augusto já irritado de ouvir tantas reclamações, disse que ela sofria apenas de hemorróidas. D. Violante se irritou, afirmando que os médicos da atualidade não sabem o que falam. Fabrício chegou interrompendo a conversa e chamou Augusto para um diálogo em particular. Os dois começaram a discutir sobre a carta, pois Augusto disse que não pretendia ajudá-lo em seu namoro com D. Joaninha. Fabrício então declarou guerra a Augusto. Logo após a discussão, chegou Filipe