A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo enquanto retrato da sociedade do século XIX
DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
LITERATURA BRASILEIRA I
A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo enquanto retrato da sociedade do século XIX
Rio Grande, Novembro de 2004.
No ano de 1844 o Brasil vive num regime político monárquico, e passando pelo Segundo Reinado de D. Pedro, no qual nosso país enfrentou grandes dificuldades econômicas, devido ao fato de as lavouras tradicionais, como açúcar, algodão e tabaco, sofrerem condições estrangeiras desfavoráveis, por exemplo, o tabaco ficou prejudicado pela diminuição do tráfico de escravos, pelos quais era trocado. Apesar deste cenário político não muito favorável, para nosso país, tivemos o começo de uma nova época em nossa literatura nacional. Em 1843 temos, com Teixeira e Sousa, o primeiro romance romântico no Brasil, chamado O Filho do Pescador , este romance não teve grande sucesso, mas isso não faz com que ele não seja uma importante obra, afinal foi o primeiro de muitos romances. O romance que foi publicado em 1844, seguindo o de Teixeira e Sousa, chama-se A Moreninha e foi escrito por Joaquim Manuel de Macedo e é apontada, por alguns escritores, como o primeiro romance romântico nacional por ter tido, na época de sua publicação, maior prestígio entre os leitores do que o romance de Teixeira e Sousa. Importante ressaltar que ambas as obras foram, primeiramente, escritas e divulgadas sobre forma de Folhetim em importantes jornais da época e só depois foram passar a ser um único volume. Proponho-me no presente trabalho tratar de um, dentre os muitos, aspectos relevantes da importante obra de Joaquim Manoel de Macedo, que é a sua obra enquanto retrato da sociedade burguesa do século XIX, pois acredito que A Moreninha seja realmente um retrato da burguesia, em especial a carioca, deste século. A obra A Moreninha conta à história de um rapaz chamado Augusto, estudante de Medicina, que tem quatro amigos, também