A Menina Dos F Sforos
Disciplina: Língua Portuguesa Professora: Ana Karina Silva
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A menina dos fósforos
Isto foi num desses países onde a neve cai durante o tempo de inverno — e fazia um horrível frio naquela noite do ano.
Dentro do frio e dentro do escuro da noite a menina lá seguia, de pés descalços pela cidade deserta. Descalça? Sim. É verdade que saíra de casa com um par de chinelas muito grandes para seus pés, pois tinham sido de sua mãe. Ao atravessar a rua, porém, teve de correr para desviar-se duma carruagem na disparada, e perdeu as chinelas; quando voltou para procurá-las, viu que um moleque havia apanhado um pé, saindo a correr com ele na mão. “Vou fazer um berço desta chinela!”, dizia ele. O outro pé não foi possível encontrar — com certeza sumiu enterrado na neve pelas patas dos cavalos.
Por isso lá ia a menina de pés nus e já azuis do frio. Era uma vendedora de fósforos, do tempo em que os fósforos se vendiam soltos e não em caixa; no avental trazia uma porção deles e na mão um punhadinho. Mas ninguém lhe comprara ainda um só, e lá se ia ela, tiritando de frio, sem um vintém no bolso. Verdadeiro retrato da miséria, a coitadinha!
Flocos de neve recobriam seus cabelos cor de ouro, todos cacheados, sem que a menina desse por isso.
Em muitas casas a luz do interior saía pelas janelas misturada com um saboroso cheiro de ganso assado — porque era dia de São Silvestre, dia em que todos que podem comem um ganso assado.
Em certo ponto a menina sentou-se encolhidinha rente a uma parede e cruzou os pés debaixo da saia. Nada adiantou. Sentiu-os mais enregelados ainda. Como não tivesse vendido nenhum fósforo não se animava a voltar para casa. Sem dinheiro no bolso estava proibida de aparecer lá.
Seu pai com certeza que a surraria — além disso o frio era lá