A luz que espelhará o filme Café com Canela
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A LUZ QUE espelhará O FILME “CAFÉ COM CANELA”.No começo, a vontade de articular estudos, fragmentos, rascunhos visuais produzidos a partir do roteiro “Café com Canela”. Ocupar o espaço (do possível filme) com essa presença. Nenhum conceito único que dê um nó em tudo, apenas afirmar a experiência, evidenciar um processo.
O projeto pretende realizar um memorial com sugestões que contemplem a transposição dos códigos literários presentes no roteiro “Café com Canela” para os códigos da fotografia em movimento, levantando evidências e possibilidades de construção do universo estético do filme.
O memorial manifestará, consoante àquilo que é pretendido pelo roteiro, as preocupações conceituais e técnicas quanto a expressividade da composição visual de cada cena; construirá as motivações que guiarão os pontos de vista, os enquadramentos, os movimentos de câmera; buscará encontrar a luz que pintará a vida de duas mulheres: Violeta e Margarida, nomes que não se referem apenas as flores, mas revelam também duas mulheres comuns, dessas que encontramos em bicicletas, em quartos, lidando com as adversidades do dia-a-dia ou com as amarguras do passado, com reencontros e transformações.
Assim, num primeiro momento, será necessária uma análise detalhada do roteiro, buscando perceber o significante fotográfico a ser impresso nos quadros, para em seguida realizar experimentos (em foto e vídeo) que possibilitem expressar as principais características fotográficas pretendidas pelo estudo dirigido. 1º rascunho.
O que a fotografia reproduz ao infinito só ocorreu uma vez: ela repete mecanicamente uma vez o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente. Nela, o acontecimento jamais se sobrepassa para outra coisa: ela reduz sempre o corpus de que tenho necessidade ao corpo que vejo; ela é o Particular absoluto, a Contingência soberana, fosca e um tanto boba, o Tal (tal foto, e não a Foto), em suma a Tique, a Ocasião, o Encontro, o Real, em sua expressão infatigável.