A liberdade e a repressão

A liberdade e a Repressão: Os incompatíveis com a Revolução
Gladston Passos*
Terra M agazine: Quarenta e cinco anos depois, o que lhe vem à cabeça quando perguntado sobre o AI-5, sobre a sua prisão e de Caetano no Rio de Janeiro a 23 de dezembro de 1968, antes do exílio a partir do ano seguinte?
Gilberto Gil: Aquele foi… aquele era um tempo de uma efervescência danada, de muita música, muita vontade de contribuir, de atuar, isso em várias áreas, por exemplo, no campo das artes, um tempo que tinha a ditadura e tinha a reação à ditadura, senão geral ao menos de uma parte da sociedade…

Completados quarenta e cinco anos da criação do AI-5, apenas três dos que assinaram o ato, sobreviveram, são eles: Rondon Pacheco, chefe do Gabinete Civil, Jarbas
Passarinho, ministro do Trabalho e da Previdência Social, e Delfim Netto, ministro da
Fazenda. Esse fato modificou a história da cidadania brasileira e é o desfecho do livro
“1968 - O ano que não terminou” do jornalista Zuenir Ventura.
Zuenir Carlos Ventura, é um jornalista e escritor brasileiro, atualmente é colunista do jornal O Globo, autor de diversos livros inclusive de “1968 – O ano que não terminou” que serviu de inspiração para a minissérie Anos Rebeldes, produzida pela Rede Globo.
O livro 1968 – O ano que não terminou é de uma narrativa linear onde, o autor relata momentos importantes através dos detalhes e personagens que fizeram parte da história desse período. Para escrever essa obra o autor usou o material de época e o testemunho e entrevista dos protagonistas, foi uma exaustiva pesquisa, tendo como objetivo a reconstituição dos sonhos, do imaginário, das mentalidades, dos sentimentos, do clima e do comportamento daqueles tempos de exaltação e de febre. Composto por vinte e seis capítulos ao longo da leitura é notório a liberdade e a repressão andando lado a lado.
A passagem do ano de 1967 para o seguinte é palco da obra de Ventura, onde acontece o Réveillon na casa da professora Heloisa