A independencia do Brasil
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA/ CAMPUS II
COMPONENTE: BRASIL IMPÉRIO
DOCENTE: KATIA NOVAIS
DISCENTE: RAUL LUÃ BARRETO SOUZA
Após a proclamação da independência do Brasil em 1822, que só foi reconhecida por Portugal em 1825 com o Tratado de Paz, Amizade e Aliança, foi necessário a elaboração de uma constituição, a fim de criar uma ordem e um estatuto para a nova nação, baseadas no conceito de liberdade, igualdade e autonomia – lembremos que o termo “nação” (assim como o termo liberdade) não tinha o mesmo significado de hoje, como pontua Eric Hobsbawn, discutindo sobre a grande facilidade de cometer anacronismo sobre esse termo. Ele pontua que tal palavra é “tão natural, fundamental e permanente a ponto de preceder a história” (Nação e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidades. Página 27).
Como diria Caio Prado Junior, a independência se tratou de uma “revolução conservadora” (Caio Prado Júnior - Evolução política do Brasil. Colônia e Império. 20ª.ed. São Paulo, Brasiliense, 1993, cap.III, “A revolução”). Partindo dessa premissa, podemos dizer que foi uma revolução a partir do momento que se tratou de um movimento inovador em relação ao que se revindicou: a autonomia política do Brasil. Desde 1530 – período em que se iniciou o povoamento da America portuguesa – até 1822 – o ano em que foi proclamada a independência do Brasil, apesar de ter sido oficializada em 1825 – o Brasil se manteve sob a regência de Portugal. Partindo desse pressuposto, faz sentido reconhecermos a emancipação do Brasil como uma revolução, pois, por muitos anos, ela se manteve sob a política dos portugueses e só depois de muito tempo houve essa ruptura.
Se olharmos por outro ângulo, uma revolução propriamente dita é um movimento que muda toda uma estrutura de um país. Logo, podemos dizer também que a independência não foi uma revolução, pois, as estruturas do império continuaram sendo as mesmas.