A importância do gene p53 na carcinogênese humana
Artigo Especial
Artigo Especial / Special Article
A importância do gene p53 na carcinogênese humana
Agnes C. Fett-Conte 2
Andréa B. C. F. Salles 2
Existem várias razões que justificam o título de “guardião do genoma” do gene P53. Seu envolvimento, direto ou indireto, tem sido observado na etiopatogenia de praticamente todas as neoplasias humanas, incluindo as leucemias e linfomas. Conhecer seus mecanismos de ação é fundamental para compreender os aspectos moleculares da carcinogênese. O presente trabalho apresenta uma revisão sobre as características deste gene e sua importância no diagnóstico, prognóstico e terapêutica, o que faz dele um alvo em potencial das estratégias de terapia gênica.
Rev.bras.hematol.hemoter.,2002,24(2):85-89
Palavras-chave: P53 gene, neoplasias; diagnóstico
As neoplasias, tanto benignas quanto malignas, são doenças genéticas cujas mutações que lhes dão origem podem ser hereditariamente transmitidas pela linhagem germinativa ou adquiridas nos tecidos somáticos (1). Resultam de uma mudança pleiotrópica do estado celular à partir do acúmulo de alterações genéticas e epigenéticas, que desorganizam os eventos celulares normais (2, 3).
As malignidades hematológicas, por sua vez, são doenças particularmente heterogêneas e complexas, tanto sob o aspecto morfológico, como biológico. O clone leucêmico pode surgir em fases diferentes do desenvolvimento de linhagens celulares diversas, resultando em patologias de comportamento variável, quanto à evolução clínica e resposta terapêutica (4).
Mas, quando o assunto é câncer, hematopoético ou sólido, é inevitável o exercício intelectual exigido para compreensão de tantos mecanismos biológicos envolvidos no processo tumoral e dos diversos métodos e técnicas capazes
de detectar as alterações envolvidas na doença.
Além disso, a multidisciplinaridade e os avanços moleculares têm possibilitado o estudo cada vez
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