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E O CÂNCER:
CONTROVÉRSIAS
E ESPERANÇAS
estudos, Goiânia, v. 35, n. 1/2, p. 123-141, jan./fev. 2008.
JALSI TACON ARRUDA, BÁRBARA MARIOTTO BORDIN,
LANA CRISTINA BUENO MIRANDA, DÉBORA LEMOS MALDI
MAIA, KATIA KARINA VEROLLI DE OLIVEIRA MOURA
Resumo: um importante instrumento no estudo do câncer são os recentes avanços da biologia molecular, que trouxe como um de seus principais elementos o gene supressor de tumor p53, ao qual é atribuido um papel significativo na carcinogênese, por possuir como principal função a preservação da integridade do genoma. A interação da p53 com a proteína viral E6 do HPV (Papiloma Vírus Humano) resulta na sua rápida degradação e perda da função. A relação entre a proteína p53 e a carcinogênese tem sido amplamente comprovada através do elevado índice de mutações encontradas em tumores malignos de diferentes tecidos. O objetivo desta revisão é apresentar uma análise dos conhecimentos atuais sobre o papel do gene p53 e sua relação com o câncer, para uma possível utilização clínica como elemento potencializador dos efeitos da terapia adjuvante com valor prognóstico.
Palavras-chave: gene p53, carcinogênese, LOH, polimorfismo e HPV
N
os últimos anos, houve grandes avanços nas ciências biológicas, graças ao desenvolvimento de novas técnicas para investigação da biologia molecular. Estas técnicas permitiram o conhecimento e a definição dos meca-
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ESTRUTURA DO GENE p53 E SUA PROTEÍNA
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O gene supressor de tumor p53 está situado no braço curto do cromossomo 17 (17p13.1), tendo como seu produto de transcrição uma fosfoproteína nuclear de 53 KiloDaltons (kDa), denominada p53 em conseqüência do seu peso molecular. Esse gene possui
20 Kb e é composto por 11 éxons, sendo o primeiro não-codificante, e altamente conservado, apresentando homologia estrutural entre diferentes espécies (ALMEIDA et al. 1999).
A proteína p53 é constituída por 393 aminoácidos na sua extensão, apresentando