A importância do conhecimento
Dada a seguinte situação: estou ferido, encontro alguém e pergunto se essa pessoa sabe onde fica o hospital. A pessoa me responde que sabe e me informa o local. Vou até o endereço que a pessoa me forneceu e verifico que não há hospital. Concluo que a informação que a pessoa me forneceu era falsa, e, portanto, ela não sabia onde fica o hospital, ou seja, não tinha conhecimento de sua localização. Nesse caso, eu também não sabia que a pessoa não tinha conhecimento, e só fui confirmar isso depois. Quando confirmei, tive conhecimento de que a pessoa não tinha conhecimento. Esse meu segundo tipo de saber, o conhecimento do conhecimento, é próprio da epistemologia. No exemplo, a relevância de se falar sobre o conhecimento ocorre numa dimensão pragmática, afinal uma vida poderia depender disso.
Porém a importância principal da epistemologia não é pragmática. Evidentemente ela tem sua utilidade, afinal ninguém quer ser enganado, mas suas investigações buscam solucionar outros problemas. Aqui cabe antes diferenciar o objeto específico de estudo da epistemologia. Eu posso dizer que conheço Pedro, assim como posso dizer que sei andar de bicicleta. Porém esses dois tipos de conhecimento, chamados de conhecimento por “familiaridade” e “know-how”, ou saber fazer, respectivamente, não constituem o objeto de estudo da teoria do conhecimento. A epistemologia trata do “saber que”, ou seja, do conhecimento proposicional. É ela quem investiga sua natureza, se é possível ou não o conhecimento, e se possível, quais os critérios para se ter conhecimento. Dessa forma, tanto a ciência quanto a filosofia tem uma relação íntima com a teoria do conhecimento, afinal ambos são formas de conhecimento, e suas possibilidades e limites são analisadas pela mesma.
Assim, como tanto a filosofia como a ciência buscam ser conhecimentos, devem ter bases sólidas e verdadeiras. Dessa forma, um dos elementos necessários para o conhecimento é a verdade. Mas ela por si