A historia da filosofia no Brasil
O processo do descobrimento das Américas causou profundas mudanças nas perspectivas filosóficas na Europa, que vivia seu momento final do renascimento. O fulcro da questão era sobre os povos nativos do continente, os índios, que se encontravam numa organização sociocultural completamente diferente dos povos europeus. O grande centro cultural e filosófico estava na Espanha com os padres da escolástica tardia da conhecida escola de Salamanca. Em Portugal o importante centro formador será a em Coimbra.
Um enorme debate aconteceu nos países ibéricos, conhecido como o debate de Valladolid, ocorrido no Colégio de São Gregório em 1550 e 1551. O debate foi entre Juan Ginés de Sepúlveda e Bartolomé de las Casas. O continente americano encontrava-se varrido pelos conflitos gerado pelos conquistadores hispânicos, com os avanços de Hernán Cortés sob o Império Asteca gerou diversas atrocidades, saques e escravização dos nativos americanos. A discussão girou em torno do conceito de guerra justa, cuja raiz encontra-se em São Tomás de Aquino, seria empreendida contra os nativos americanos. Juan Ginés de Sepúlveda defendia a conquista dos espanhóis e a escravização dos povos indígenas. Sepúlveda seguia uma perspectiva aristotélica, tendo por subsídio o livro I da Política onde se advoga que certos povos nasceram para ser dominados e escravizados. "A fim de erradicar os crimes que ofendem a natureza" os índios deveriam ser punidos e, portanto, reduzindo-os à escravidão ou servidão estava de acordo com a teologia católica e a lei natural. .
Em contraponto, Bartolomé de las Casas advogava que os povos latinos americanos tinham alma, eram homens livres na ordem natural e merecia o mesmo tratamento que outros, de acordo com a teologia católica. 6 Essa defesa valeu para Casas o título de protetor dos índios. Dessa forma, foi consolidado o