A gramática do tempo - para uma nova cultura política
AUTOR: Boaventura de Sousa Santos
São Paulo: Cortez Editora (2006)
Capítulo 12. A crítica governação neoliberal : o Fórum Social Mundial como política e legalidade cosmopolita subalterna).
Neste texto, o autor busca apresentar um novo paradigma da regulação social para suplantar o anterior, centrando dessa forma na questão da governabilidade, pressupondo assim uma política de direito agravando a crise da legitimidade do Estado. A maior expressão de resistência contra a globalização neoliberal tem hoje a maior expressão no Fórum Social Mundial (FMS). O que para Boaventura é definido em quatro processos de globalização: localismos globalizados, globalismos localizados, cosmopolitismo e patrimônio comum da humanidade, que se traduzem em duas formas contraditórias de globalização, a globalização neoliberal e a que o autor denomina de contra hegemônica. Definido por ele:
A globalização contra hegemônica centra-se nas lutas contra a exclusão social. Atendendo a que a exclusão social é sempre produto de relações de poder desiguais, a globalização contra hegemônica é animada por um ethos redistributivo no sentido mais amplo da expressão, o qual implica a redistribuição de recursos materiais, sociais, políticos, culturais e simbólicos.´(SANTOS 1991).
Desta forma, a redistribuição se baseia no principio da igualdade e no principio do reconhecimento da diferença. Esses princípios alternativos e às lutas em sua defesa o autor denomina de política e legalidade cosmopolita subalterna e insurgente. A palavra governação vem sendo utilizada desde 1975, em escritos históricos do museu britânico. Desde então a palavra vem sendo utilizada em todas as disciplinas de ciências sociais com uma proliferação desenfreada. Em meados da década de 1990, a governação se tornou matriz política da globalização neoliberal. Denominada de matriz pelo autor por que se trata de uma estrutura basilar, de uma rede de idéias e de