A genética da Esquizofrenia
DEFINIÇÃO
Esquizofrenia é uma psicopatologia que possui centralidade nas pesquisas de genética do comportamento, devido a sua importância social. Tal atenção pode ser justificada por três motivos: quadro peculiar (por ser considerada uma das mais graves psicopatologias e por ser a mais desgastante de todas); grande frequência com que é identificada na população, acometendo cerca de 1% desta mundialmente; duração prolongada – na maioria das vezes estende-se por toda a vida. Contemporaneamente o transtorno, para ser considerado como tal, precisa persistir por pelo menos seis meses. Tendo como sintomas principais, representando assim a heterogeneidade da esquizofrenia: crenças anormais persistentes (delírios), alucinações (especialmente ouvir vozes) que são característicos da categoria esquizofrenia tipo I – possuindo uma melhor resposta aos fármacos; e o tipo II – mais grave, parecendo ser mais herdável do que a tipo I – que possui como sintomas discurso desorganizado (associações bizarras e rápidas mudanças de assunto) comportamento grosseiramente desorganizado, podendo chegar a sintomas como afeto embotado (ausência de resposta emocional) e abolição (ausência de motivação). Geralmente no final da adolescência ou inicio da vida adulta que a psicopatologia começa a se manifestar.
HISTÓRICO O termo esquizofrenia (esquizo = divisão, phrenia = mente; cisão entre pensamento, emoção e comportamento nas pessoas afetadas) surgiu com o cientista Bleuler (1857-1939) como substituto do termo demência precoce. Este último foi proposto por Kraepelin (1856-1926) que buscou classificar os transtornos mentais baseado no modelo médico, delineando-os entre etiologia, sintomalogia, curso e resultados comuns. Dentre os sintomas, divididos por Bleuler como os fundamentais ou primários há associação frouxa de ideias, ambivalência, autismo e alterações de afeto,