A fragilidade das relações humanas: análise do livro história de amor, de regina coeli rennó, belo horizonte, editora lê, 1992.

A fragilidade das relações humanas: análise do livro História de amor, de Regina Coeli Rennó, Belo Horizonte, Editora Lê, 1992.

Se seus velhos amigos partiram… Se a antiga tribo extinguiu-se e você sobrou… Se aquele eterno amor feito só para você hoje vive um outro e você sozinho… Se os sonhos (há, os sonhos) estão lacerados e nada mais há de esperanças nas manhãs e você não abraçou novos amigos e não amou mais ninguém e não encontrou outros sonhos… Então esqueça! De joelhos erga as mãos e parta com alguma coragem…Que esta vida daqui inviabilizou você.
(Martin Niemoller) Como na epígrafe de Martin Niemoller, acima citada, Regina Coeli traz na sua história a transitoriedade e fragilidade das relações humanas. Numa sequência de ilustrações delineadas por traços singelos e delicados, a autora, retrata o universo efêmero dos sentimentos. O livro de imagens narrativas altamente sugestivas inspira a curiosidade e sensibilidade do leitor, por meio de recursos imagéticos que descrevem a história de amor entre dois personagens que vivenciam a intimidade de uma relação intensa num cenário comumente convivido por aqueles que estão enlaçados pelo amor. Em determinado momento surge um terceiro personagem triangulando a relação, a partir daí a história toma um novo rumo que se finda num final surpreendente. O livro é organizado numa ordem de cenas que apresentam a romântica história de um casal metaforicamente representado por lápis sutilmente humanizados que se distinguem em gênero pelas cores vermelho e azul. Problematizando a equilibrada relação entra em cena o lápis Amarelo para seduzir o Azul que abandona Vermelho. Ao contemplar o livro chama-nos atenção a capa rosa clara com um título verde e um retângulo branco com um coração “bordado” no centro, dentro dele, uma casinha rosa e azul com cerca, grama e sol codificando o desejo de uma relação duradoura e harmônica. Em todo o livro visualizamos o uso recorrente das cores vermelho e azul esboçando a