A força dos ventos no município de são paulo
O conceito de ritmo, no início dos anos 70, era o princípio norteador do programa de pesquisas. Proposto por SORRE (1934) como essência da análise geográfica do clima, foi empregada e desenvolvida por MONTEIRO (1962, 1963, 1964, 1969). Nestas pesquisas fica evidente a preocupação com a gênese regional e local do clima, baseando-se na análise da circulação de superfície. Uma das premissas básicas, ou fio condutor que unia os temas nessa época (1970 e 1971) era um explícito sentido de correlação entre a dinâmica da circulação e outras áreas do conhecimento geográfico.
Entre o final da década de 80 e primeira metade da década de 90 começaram a ser concluídos os primeiros resultados do programa de Ecologia Urbana, que tinha como hipótese central a ser investigada a relação entre os ritmos de tempo (cronológico e meteorológico) e os ritmos urbanos decorrentes da urbanização-industrialização. Nessa linha temática se insere o trabalho pioneiro de Geografia Médica (SOBRAL, 1988 apud TARIFA e AZEVEDO) que correlacionou poluição e doenças respiratórias em crianças.
Estudos recentes na área médica têm demonstrado que a exposição crônica à contaminação atmosférica é tão importante quanto aquela que ocorre em episódios agudos, pois pode subtrair anos de vida, quando o nível de poluição do ar se mantém elevado por longo prazo. (TARIFA e AZEVEDO, 2001, p.23).
Qualquer análise sobre dispersão de poluentes na baixa troposfera necessita de amplo conhecimento da distribuição horizontal e vertical dos ventos. Porém a circulação dos ventos é um dos fenômenos menos conhecidos e, além disso, “o tratamento inadequado dos registros de vento pode conduzir a conclusões errôneas e/ou irrealistas” (AZEVEDO, 2004, p.720).
Tal como tratado no estudo da atmosfera, o vento é definido como a correspondente horizontal do movimento do ar, mas a representação completa da velocidade do ar teria que contemplar: onde, quando, sua direção, seu sentido e sua intensidade.
Como o vento