A fauna de vertebrados nativos na literatura dos viajantes do Brasil, por Debret
Jean Baptiste Debret
Um breve histórico:
Jean Baptiste Debret nasceu em Paris no dia 18 de abril de 1768, e era um artista francês protegido de Napoleão (como a maioria dos artistas franceses neoclássicos da época). Em 1815, com a derrota de Napoleão, esta arte na França perdeu seu principal suporte financeiro e ideológico. Foi então, nesta época e contexto, que várias missões partindo da França começaram a ser organizadas, por solicitação de governantes estrangeiros, incluindo missões ao Brasil. O objetivo era trazer um grupo de imigrantes qualificados, inclusive artistas, para organizar e criar uma Academia de Belas Artes. A missão em que Debret estava aportou no Brasil em Março de 1816. Ele foi encarregado de pintar retratos de nobres, cenas de solenidades, coroações, enterros, registrando a história da casa de Bragança em nosso país. Passou a dirigir a Academia de Belas Artes, lecionando pintura. Volta à França em 1831 onde escreve o trabalho Voyage pittoresque et historique au Brésil (Viagem pitoresca e histórica ao Brasil), publicado em 3 fascículos e contando sobre sua experiência no Brasil, com suas obras comentadas. O primeiro volume é dedicado aos índios e à natureza; o segundo registra os brancos e os negros em seu cotidiano, retratando inúmeros escravos; o terceiro é voltado para a corte e as elites, tratando de cenas do cotidiano e das manifestações culturais, como as festas e as tradições populares. Foi precisamente no registro do cotidiano brasileiro que Debret produziu os mais extraordinários resultados. Seus desenhos apresentam figurinhas, transpostas de um cenário para outro e pintadas diretamente das ruas, informam como se vestiam, como trabalhavam, como se divertiam, como eram enterrados os ricos e os pobres, os cidadãos livres e os escravos. Nos seus desenhos, são os personagens que aparecem em primeiro plano: a arquitetura das cidades e a paisagem servem de