Resenha Miguel Henrique Otero
Na entrevista titulada “Bolsa hoje, fome amanhã”, publicada pela revista Veja em 5 de novembro de 2014, Otero responde várias perguntas que abordam as questões do andamento da política do Brasil, que trilha para um populismo autoritário, uma censura da política e da imprensa e o monopólio do poder. Para isso, ele compara o atual governo brasileiro com o de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, vivido na Venezuela, demonstrando fortes semelhanças entre eles.
O Bolsa Família tem um caráter assistencialista no Nordeste que faz com que muitos a vejam como uma dádiva dos nossos atuais governantes. Logo, esse assistencialismo de estado acaba influenciando muitas pessoas humildes a dar seu voto a determinado partido, seja por gratidão ou por medo de perder o beneficio que tem. Ele nada mais é do que uma esmola, pois a família não produz nada para receber o benefício. Nunca nenhuma nação do mundo prosperou distribuindo esmolas ao seu povo, muito pelo contrário, os países desenvolvidos são aqueles em que o povo sobe de vida através do próprio esforço.
A maioria das pessoas não percebe qual tipo de censura existe no Brasil. É exatamente por isso que ela é muito mais eficaz, pois usa a máscara da democracia. Tem-se a ilusão da liberdade, e a mídia corporativa colabora decisivamente para que isso se mantenha, por sua insistência em apresentar-se como imparcial utilizando-se de uma nebulosa entidade chamada opinião pública para justificar o viés dado a cada notícia, é vista como autoridade por muitas pessoas, logo, detém um poder simbólico sobre elas, que só acreditam que determinados acontecimentos são reais se noticiados em certos jornais ou revistas.
O governo Lula não aderiu ao populismo ou ao