A Escolha
No filme A Caixa o tema central gira em torno de uma escolha que um casal de classe média americano em crise financeira deve fazer, apertar o botão de uma caixa e matar alguém que eles não conhecem por um milhão de dólares ou negar essa oferta e continuar tentando pagar as contas da família. Mas analisando assim parece uma escolha lógica de se fazer para qualquer pessoa de bem, porém a um detalhe, se eles escolherem pela primeira opção ninguém ficará sabendo que eles mataram essa pessoa. Aí tudo muda, as regras de conduta que eles seguem e respeitam estão em xeque pois se ninguém ficará sabendo e o indivíduo em questão que vira a falecer não é uma pessoa conhecida, que mal tem?
O que está em jogo aqui é muito mais que a questão da tentação pelo enriquecimento rápido e quase sem nenhum esforço, mas sim pela quebra total das regras pessoais que regeram as suas vidas até então, as quais eles aprenderam com situações da vida ou lhe foram ensinadas e que inclusive eles estão repassando para seu filho. O que essa situação demonstra é que na verdade nos importamos mais com os outros quando nos deparamos em uma encruzilhada e devemos escolher qual caminho é o melhor, mas melhor para mim ou o que vai fazer com que eu pareça melhor? Entra em questão também o fato de que nossa vida é totalmente baseada na sociedade, de que estamos representando alguém todo o tempo a não ser quando estamos sozinhos.
O que também nos chama atenção é que toda a história se passa em uma data próxima ao Natal, que é uma festa católica na qual se celebra a vida e a família e justamente a situação da escolha em que eles se encontram contraria os princípios dessas duas entidades. Na cena em que o filho pergunta o que eles estão conversando quando o casal está tentando decidir o que fazer com a caixa, eles prontamente dizem que ele está perguntando demais, ou seja escondem do seu filho toda a situação sabendo que ele desaprovaria os pais sequer pensarem em matar alguém e tudo que eles