A Era Do Capital Relata O Per Odo Entre 1848
A história de nosso período (1848-1875) é, portanto, desigual. Ela é basicamente a do maciço avanço da economia capitalista industrial em escala mundial, da ordem social que ele representou, das idéias e credos que pareciam legitimá-lo e ratificá-lo: na razão, na ciência, no progresso e no liberalismo. É a burguesia triunfante, embora a burguesia ainda hesitasse em assumir a ordem política pública.
Em uma Europa que havia superado as guerras napoleônicas e (praticamente) havia restaurado os governos autocráticos (após o Congresso de Viena 1814-1815) que antes haviam sido derrubados por Napoleão, 1848 era um ano de especial agitação. A revolução industrial havia modificado a estrutura social das cidades, a ascensão da burguesia impunha conflitos na partilha do poder. “Bastou” a fome assolar a França para que uma revolução tivesse início, depondo o rei (Luís Filipe I) e instituindo a República. Mais revoluções ocorreram em outros países da Europa, por motivos e motivações semelhantes, porém 18 meses após o início das revoltas, os regimes que foram outrora derrubados já haviam sido restaurados (com exceção da França que não tardaria a vivenciar um novo golpe, instituindo um novo imperador).
Entre 1848 e 1849, os moderados liberais fizeram assim duas importantes descobertas na Europa ocidental: que a revolução era perigosa e que algumas de suas mais substanciais exigências (especialmente nos assuntos econômicos) poderiam ser atingidas sem ela. A burguesia deixara de ser uma forma revolucionária.
Todavia algo havia mudado, os defensores da ordem