A era da etica
Junto a valores irrenunciáveis, não se pode desconhecer um legado perverso: uma humanidade barbarizada e dividida entre incluídos e excluídos, uma Casa Comum depredada e uma máquina de morte montada, capaz de destruir o projeto planetário humano e de afetar profundamente o sistema da vida. Tudo indica que ela já realizou suas virtualidades históricas. Sem capacidade de persuasão, precisa usar a violência para se manter, o que agrava sua situação. Se quisermos garantir nossa presença no processo evolucionário precisamos de outro arranjo civilizatório que nos crie condições de futuro e de sustentabilidade. Em outras palavras, precisamos de uma revolução no sentido clássico da palavra, vale dizer, do estabelecimento de uma nova utopia, de um novo rumo com outras estrelas-guias que orientam a caminhada, desta vez, da humanidade como um todo. Embora com pretensões universalistas, todas as revoluções anteriores foram regionais. Agora importa que ela seja global porque globais são os problemas que exigem um equacionamento global. E ela é urgente, porque o tempo do relógio corre contra nós. Ou a faremos dentro de um tempo limitado (a ONU estabelece até o ano
2030, Joanesburgo até 2050) ou será tarde demais. O