A economia está boa? Para quem?
Diego Henrique Guedes dos Angelos1
Cenários positivos, cenários negativos, este é o momento do joga-joga, dos debates e das análises econômicas do atual governo e de suas estratégias, tanto nas críticas quanto nos elogios. Hoje com a rede infinita de informações, onde é possível buscar fontes fidedignas?
A economia é tratada com números, estatísticas, análises de cenários, mas também há o lado qualitativo que pode ser tendencioso de acordo com as circunstancias. Na frase publicada no Jornal do Comércio de 27 de agosto de 2014, do
Ministro da Fazenda, podemos ver um exemplo destas circunstância.
“ Que crise é essa com quase pleno emprego, valorização da bolsa de valores há mais de seis meses e com estabilização cambial, entre outros atributos? Com a inflação em queda livre e o IPCA tendo chegado praticamente a zero em julho, iniciou-se descompressão da política monetária. O IPCA de julho foi 0,01%.
Após a desaceleração do segundo trimestre, já está sendo detectado neste segundo semestre a recuperação do nível de atividade. Nestas circunstâncias, podemos falar em crescimento moderado. É inadequado falar em estagnação, em recessão e, muito menos, em crise econômica.” (Guido Mantega, ministro da fazenda, descartando crise econômica)
O poder (e dever) do governo em administrar a economia e tentar torná-la mais saudável para o país é de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento, porém, esse desejo de aparentar e possivelmente mascarar os dados para tentar demonstrar que está tudo como planejado é um risco que se corre.
Dados dos últimos 3 (três) anos do comportamento recente da inflação, tomando por base o IPCA dos preços livres e dos preços administrados, ambos em valores acumulados, é possível notar o esforço do governo em fazer a redução forçada do IPCA administrado para tentar compensar o outro indicador que traz a real maleabilidade do mercado e que está nos últimos meses acima