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Bibliografia: estudo da Profa. Dra. E. Jean Langdon UFSC
Seminários de antropologia médica com o objetivo de orientar profissionais trabalhando com a saúde do índio, têm se dedicado à problemática de como "atender ou tratar o índio" nos diversos contextos em que se encontram: nas regiões aonde o impacto do contato com a sociedade vem trazendo várias epidemias e também resultando numa degeneração geral das condições sanitárias; e nas áreas urbanas onde casos sérios de doença são tratados nos hospitais ou nas casas do índio. Estas preocupações são questões epidemiológicas e de prestações de serviços, onde o papel do antropólogo seria de ajudar, mediar e traduzir o encontro de membros de culturas diferentes.
Para aprofundar esta discussão na antropologia, é necessário entender o conceito de cultura e a visão de medicina primitiva entre os pioneiros da antropologia médica.
Histórico da Antropologia Médica:
O primeiro antropólogo a analisar a medicina como categoria de pesquisa nas culturas não-européias, chamadas "primitivas" naquela época, foi W.H.R. Rivers (1979, original 1924). Ele se preocupava com a classificação da medicina primitiva segundo categorias de pensamento, como pensamento mágico, religioso, ou naturalista. Afirmando que “Partindo da etiologia, nos encontraremos guiados naturalmente ao diagnóstico e tratamento, como é o caso no nosso próprio sistema de medicina”. A medicina mágica seria um sistema de crenças que atribuem as causas das doenças à manipulação mágica por parte de seres humanos (feiticeiros, bruxos, etc.) e as técnicas de tratamento também se caracterizam como manipulações mágicas (feitiçaria e contra-feitiçaria). A medicina religiosa teria como causas das doenças as forças sobrenaturais e o tratamento seria feito através de apelos às entidades sobrenaturais para que interviessem. Finalmente, a medicina naturalista se caracteriza pelo raciocínio empírico