A desilusão em Angola depois da independência em “A geração da Utopia”
Proponho aqui uma análise sobre a produção literária A geração da utopia do escritor angolano Pepetela, Um romance escrito e publicado logo após a independência, em 1992. A geração da utopia uma obra que faz menção ao passado, como expõe chaves (2005). “profundamente marcada pela História”, já que traz a realidade de uma época que ficou marcada por um período conflituoso, marcadas por um profundo sentimento de resistência ao colonizador. Assim como Pepetela que conviveu de perto o período de luta pela libertação de angola, o Romance em muitos momentos se aproxima com a experiência de vida do autor, que sonhava com um pais justos. Nesse sentido o autor utiliza o campo ficcional como “pretexto” para tratar a situação e a realidade do seu país. Assim como Antonio Jacinto, Agostinho Neto e Viriato da cruz, que revolucionarão a literatura tendo como lema a frase “vamos descobrir a Angola” onde a “Geração dos Novos Intelectuais” procuraram lançar uma nova concepção de poesia. Nesse sentido Chaves diz que; “Nesse novo tempo de aspereza, nostalgicamente se impõe como recurso o regresso a um período outro, onde se podiam plantar as sementes de uma nova ordem.” (2005, p.150). Percebe que os autores produziram o que se pode chamar de literatura engajada escrita em Língua Portuguesa, permeada pela crença numa utopia como práxis comprometida com os princípios da ética e da justiça para aperfeiçoar a sociedade. Podemos dizer que as obras de Pepetela são resultante de uma práxis social. A este respeito apresentamos mais propriamente daquilo que Benjamin Abdala Júnior chamou de práxis criativa.
Forma de trabalho que interpenetra os vários campos da ação do homem. (...). Significa, debruçar-se sobre um processo de escrita que se desloca do presente histórico, sob a impulsão do devir.(...) A radicalidade “exterior” do escritor engajado sós se efetiva concretamente num engajamento da radicalidade literária. Ao