A cultura africana
Falar da cultura africana não difícil. Como bons baianos, isso está intrinsicamente enraizado no nosso bailar, no nosso jeito alegre de ser e de viver. O sangue negro corre nas entranhas brasileiras, a efígie do continente negro está estampada nas feridas ainda abertas por um triste passado escravocrata. A despeito desse fétido episódio, a cultura africana nos enche de de regozijo com suas peculiaridades exôticas. Como é possível um povo tão maltratado, humilhado e injustiçado ainda manter uma exuberância e imponência incomparáveis? Hábitos e costumes foram mantidos e copiados. O colonizador branco escravizou sua força, mas jamais seu cerne, sua mente. Então, podemos dizer que a cultura africana foi disseminada, inadvertidamente, pelo homem branco. A intolerância racial, religiosa e cultural asfixiou as qualidades do negro durante esse período. Porém, a força de ébano não pode ser contida por tempo indefinido. Danças, comidas, mitos, costumes, ideologia, religião. Tudo isso foi adicionado ao nosso cotidiano. No começo, o branco enxergava como animalesco, tribal, selvagem, diabólico. O próprio negro era associado ao dantesco. Uma raça de status inferior aos próprios animais. O revés veio com os séculos. O tempo foi um grande instrumento que serviu para demonstrar o poder negro. A hegemonia que se faz nítida no horizonte vindouro é inconteste. Seus ícones estão por toda a parte. O homem mais poderoso do mundo é negro. Nos esportes, o negro destaca-se por sua força e habilidades inerentes. No cinema, na política, nas classes como um todo, eles emergem como se em busca de reconquistarem o tempo perdido. Alguém duvida que