A crítica especializada e o gosto popular: uma análise da qualidade da ficção televisiva brasileira
Clarice Greco Alves[1]
Orientador(a): Profa. Dra. Maria Immacolata Vassallo de Lopes
Universidade de São Paulo - USP
Resumo A pesquisa em questão visa a investigar o “padrão de qualidade” da ficção televisiva brasileira, pensada como arte e avaliada por meio da crítica. Para isso, se volta a uma análise das premiações que contemplam ficções televisivas, estabelecendo um paralelo entre as cerimônias que contam com júri popular e as eleitas por júri profissional, para que seja possível discutir as relações entre as opiniões do público e da crítica especializada. A estrutura teórica do trabalho será composta por leituras dos diálogos acerca da noção de qualidade televisiva, a arte de gosto com base na Crítica do Juízo de Kant, com enfoque para a relação entre gosto e senso comum. Uma das hipóteses levantadas parte do princípio de que o conceito de arte e qualidade no Brasil ainda seja elitista, mas que apesar disso, no que diz respeito ao meio televisivo, a crítica especializada apresenta pontos em comum com as audiências e vem se aproximando do senso comum popular.
Palavras-chave: Qualidade; ficção televisiva; crítica; participação pública
1. Introdução
Dentro do vasto campo da comunicação, muitas são as reflexões sobre os estudos que abordam os meios de comunicação de massa e a televisão como aparato midiático de formação de valores, dentre os quais é possível encontrar, com certa frequência, traços de forte preconceito acerca dos produtos de apreciação popular, advindos da ideia de que a arte é produto de contemplação de uma “alta cultura”. No entanto, nota-se nos últimos anos uma crescente conquista de espaço destinado aos estudos e diálogos sobre a televisão e a ficção televisiva.
Com o aprofundamento das discussões acerca da importância da televisão e da ficção televisiva como meio de comunicação, sua influência e sua credibilidade