A cosntitucionalização do direito civil

Antigamente nada era mais distanciado do direito constitucional do que o direito civil, era como se as relações jurídicas fossem tão distantes da constituição, política na época, que nenhum princípio constitucional atingiria as relações civis. Então com o tempo os civilistas passaram a estudar não só a inserção do direito civil na constituição, mas como também os fundamentos de validade que dela se manifestam. Atualmente não se escuta mais dizer que há essa busca para adequar o código civil aos princípios constitucionais, tudo porque o Código Civil de 2002, posterior a constituição de 1988, só foi aprovado porque confeccionado com o óculos constitucional, deixando de existir o pensamento de que se interpretava a constituição através do código e não o código através da constituição.
Carlos Roberto Gonçalves ao trata do tema, cita as palavras de Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosevald, afirmando que “ao reunificar o sistema jurídico em seu eixo fundamental, estabelecendo como princípios norteadores da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana, a solidariedade social e a igualdade substancial, além da erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais, promovendo o bem de todos, a CF-88, realizou uma interpenetração do direito público e do direito privado, redefinindo os seus espaços, até então estanques e isolados. Tanto o direito público quanto o privado devem obediência aos princípios fundamentais constitucionais, que deixam de ser neutros, visando ressaltar a prevalência do bem-estar da pessoa humana.”.
Complementa Orlando Gomes, no sentido de que: “Essa condensação dos valores essenciais do direito privado passou a ser cristalizada no direito público. Ocorreu nos últimos tempos o fenômeno da emigração desses princípios para o Direito Constitucional. A propriedade, a família, o contrato, ingressaram nas Constituições. É nas constituições que se encontram hoje definidas as proposições diretoras dos mais importantes institutos do